Mão feminina segurando quatro notas de cem dólares pegando fogo
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Um recente levantamento do Wall Street Journal revelou os desafios financeiros enfrentados pelas gigantes da tecnologia ao disponibilizarem ferramentas de inteligência artificial (IA) para seus clientes. Surpreendentemente, mesmo os serviços pagos não estão conseguindo cobrir ass perdas financeiras.

Na primeira metade de 2022, a Microsoft, em parceria com a OpenAI, lançou o GitHub Copilot, um serviço que visa auxiliar programadores na criação, correção e tradução de código. O serviço tem conquistado a comunidade de desenvolvedores, com mais de 1,5 milhão de usuários aproveitando sua capacidade de reduzir significativamente o tempo e o esforço necessários para programar. No entanto, sua popularidade é acompanhada por um alto custo operacional, tornando-o um empreendimento financeiramente desafiador.

Conforme relatado pelo WSJ, os usuários individuais desembolsam US$ 10 mensalmente pelo GitHub Copilot, mas informações de fontes confiáveis indicam que o serviço acumula um prejuízo médio de US$ 20 por usuário a cada mês (cerca de R$ 100, na cotação atual), com alguns usuários chegando a custar à Microsoft até US$ 80 mensais. Essa situação provavelmente influenciou a decisão da empresa de precificar as futuras capacidades de IA, que em breve serão oferecidas através do Microsoft 365 Copilot. Este novo serviço terá um custo de $30 por usuário a cada mês, além da mensalidade padrão do Microsoft 365, variando de acordo com o plano. Vale ressaltar que o Google também planeja cobrar uma taxa adicional por usuário por seu serviço similar de IA, o Duet AI.

Estratégias de redução de custos

O custo elevado da inteligência artificial está impulsionando a Microsoft a desenvolver seus próprios chipsets de IA para uso interno em seus data centers. Além disso, a empresa está incentivando a indústria de PCs a adotar as chamadas NPUs (Unidades de Processamento Neural), que aceleram as operações de IA independentemente da CPU. Essa abordagem está abrindo caminho para uma nova era na computação pessoal, na qual os futuros PCs serão capazes de processar algumas tarefas de IA localmente, reduzindo a carga sobre a infraestrutura em nuvem.

A Microsoft também está explorando soluções de curto prazo para lidar com os custos da IA, especialmente em relação a serviços gratuitos oferecidos aos usuários, como Bing Chat, Bing Image Creator e Microsoft Copilot. Uma abordagem considerada é a utilização de serviços de infraestrutura menos robustos, que são mais econômicos em termos de operação, conforme sugerem alguns relatos.

Adobe na frente

De forma notável, a Adobe, conhecida por cobrar valores significativamente altos de seus clientes do Creative Cloud, encontrou uma solução para esse dilema com suas ferramentas de inteligência artificial generativa, chamada Firefly. Essa ferramenta se mostrou lucrativa. A estratégia da Adobe envolve reduzir o desempenho do serviço de acordo com o uso de créditos mensais de cada usuário. O limite é baseado no preço que o usuário paga à Adobe mensalmente. Em palavras do CEO da Adobe, Shantanu Narayen, ao WSJ: “Estamos adotando medidas para nos proteger do lado dos custos.”

Esses desafios financeiros enfrentados pelas gigantes da tecnologia na busca por fornecer IA de alto desempenho a seus clientes revelam a complexidade dos custos associados a essa tecnologia inovadora. Com estratégias variadas, essas empresas buscam equilibrar a entrega de serviços valiosos com a sustentabilidade financeira em um cenário em constante evolução.