Turbinas eólicas em um campo aberto ao entardecer
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O Google abandonou a compra de créditos de carbono baratos que anteriormente sustentavam sua alegação de neutralidade de carbono desde 2007. A empresa, enfrentando o aumento das emissões devido às operações de inteligência artificial (IA) e ao enorme consumo de energia dos data centers, agora busca alcançar a emissão zero líquida até 2030.

Em seu último relatório afirma que “começando em 2023, não estamos mais mantendo a neutralidade de carbono operacional”. A mudança marca um movimento em direção a reduções de emissões mais substanciais e soluções avançadas de remoção de carbono.

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Nova meta: emissão zero até 2030

Em 2021, o Google definiu uma meta ambiciosa para alcançar emissões zero líquidas em todas as operações e cadeias de valor até 2030. Isso incluía reduzir 50% das emissões de Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3 e investir em soluções de remoção de carbono e em tecnologia para neutralizar o restante.

A iniciativa Science Based Targets (SBTi) validará a meta de redução absoluta de emissões do Google. A meta de emissão zero líquida do Google se alinha com as definições das organizações de meio ambiente e de mudanças climáticas da ONU e se adaptará conforme os padrões globais evoluem.

Alcançar emissões zero líquidas envolve navegar por incertezas significativas, incluindo o impacto ambiental da IA e a transição para energia limpa. O Google prevê um aumento inicial nas emissões totais de gazes de efeito estufa (GEE) antes que as reduções se alinhem com a meta de zero emissões.

Em 2023, as emissões de GEE do Google foram de 14,3 milhões de tCO2e, um aumento de 13% ano a ano e 48% acima de 2019, impulsionado em parte por um aumento de 37% nas emissões do Escopo 2. O aumento também se deveu principalmente ao aumento do consumo de energia de data centers e às emissões da cadeia de suprimentos. A integração de IA em produtos apresenta desafios adicionais, pois as demandas de energia e emissões associadas à IA devem crescer.

Nova estratégia de Créditos de Carbono

O Google pretende neutralizar suas emissões residuais com créditos de carbono de alta qualidade até 2030. A partir de 2023, a empresa mudou sua estratégia de manter a neutralidade de carbono operacional para acelerar várias soluções e parcerias de carbono.

Para neutralizar as emissões residuais até 2030, o Google está acelerando suas soluções de remoção de carbono e parcerias. Em 2022, a empresa comprometeu US$ 200 milhões à Frontier, uma iniciativa para acelerar tecnologias de remoção de carbono, garantindo demanda futura. Em 2023, o Google fechou seus primeiros acordos de compra de créditos de carbono com empresas como Charm Industrial, CarbonCapture e Lithos Carbon.

O Google diz também estar empenhado em trabalhar com parceiros para identificar e escalar soluções promissoras de remoção de carbono, como um subsídio de US$ 1 milhão ao Integrity Council on Voluntary Carbon Markets (ICVCM), totalizando mais de US$ 7 milhões em contribuições, e a criação de um Prêmio de Pesquisa de Remoção de Carbono, oferecendo mais de US$ 3 milhões em financiamento para estudos científicos na área. Em março de 2024, a empresa se comprometeu a igualar, dólar por dólar, o programa de compra de remoção de dióxido de carbono do Departamento de Energia dos EUA, planejando contratar pelo menos US$ 35 milhões em créditos de remoção de carbono nos 12 meses seguintes.