MacBook antigo sobre uma mesa com o Tux, mascote do Linux, em sua tela
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MacBooks antigos podem ser salvos com Linux
 

Nas últimas décadas, com a popularização de dispositivos eletrônicos pessoais, como notebooks e smartphones, um problema tem crescido de forma significativamente acelerada: o lixo eletrônico. Estima-se que, anualmente, o mundo produza cerca de 50 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, segundo dados das Nações Unidas (ONU). Este número inclui dispositivos como computadores, smartphones, tablets e outros aparelhos eletrônicos que são descartados frequentemente, muitas vezes antes do final de sua vida útil.

Esse descarte prematuro não só agrava problemas ambientais como poluição e contaminação do solo por metais pesados, mas também representa um desperdício de recursos valiosos, incluindo metais raros e outros materiais que poderiam ser reciclados. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), da ONU, somente 20% do e-lixo é reciclado formalmente, embora o valor esteja avaliado em torno de US$ 62 bilhões.

Um dos principais fatores que contribuem para o crescimento do lixo eletrônico é a obsolescência programada, onde dispositivos são projetados para terem uma vida útil limitada, incentivando os consumidores a comprar novos produtos regularmente. Além disso, o ritmo acelerado das inovações tecnológicas faz com que muitos aparelhos se tornem obsoletos rapidamente, mesmo que ainda estejam em condições de funcionamento.

Diante desse cenário, prolongar a vida útil dos dispositivos eletrônicos, como PCs e smartphones, é uma estratégia fundamental para reduzir a quantidade de lixo eletrônico gerada. Uma das maneiras mais eficazes de fazer isso é através do uso de distribuições Linux otimizadas para hardware antigo. Essas distribuições oferecem uma alternativa leve e eficiente aos sistemas operacionais tradicionais, permitindo que computadores mais antigos continuem funcionando de forma satisfatória, evitando assim o descarte prematuro.

Além dos benefícios ambientais, a reutilização de hardware antigo pode trazer vantagens econômicas significativas. Ao revitalizar um computador antigo com uma distribuição Linux leve, os usuários podem economizar dinheiro que seria gasto na compra de um novo dispositivo. Isso é especialmente relevante em contextos de orçamento limitado, como em escolas, organizações sem fins lucrativos e pequenas empresas.

Neste texto, vou apresentar algumas das melhores opções de distribuições Linux para computadores antigos, considerando desempenho, suporte e facilidade de uso. Cada uma dessas distribuições pode ajudar a prolongar a vida útil de computadores que, de outra forma, seriam descartados, contribuindo assim para a redução do lixo eletrônico e promovendo práticas mais sustentáveis.

1. Lubuntu

O Lubuntu é uma variante do Ubuntu que utiliza o LXQt como ambiente de desktop. Projetado especificamente para ser leve, Lubuntu requer menos recursos de hardware, permitindo que computadores com especificações mais modestas operem de forma eficiente.

Os requisitos mínimos para instalação são um processador Pentium 4 ou Pentium M, 512 MB de RAM e 8 GB de espaço em disco. Lubuntu oferece uma interface amigável, mantendo a simplicidade e funcionalidade esperadas de uma distribuição baseada no Ubuntu, além de acesso ao extenso repositório de software do Ubuntu.

A leveza do LXQt proporciona um ambiente de desktop rápido e responsivo, mesmo em computadores mais antigos, e o suporte da comunidade Ubuntu garante atualizações regulares e uma vasta gama de recursos disponíveis para os usuários.

Veja também: As 6 melhores distribuições Linux para iniciantes

2. Linux Lite

Linux Lite é uma distribuição baseada no Ubuntu LTS (Long Term Support) que visa ser uma porta de entrada para novos usuários do Linux. Com um ambiente de desktop XFCE, Linux Lite é projetado para ser leve e eficiente. Ele vem com uma seleção de softwares pré-instalados que cobrem as necessidades básicas do usuário, como navegação na web, edição de documentos e multimídia.

Os requisitos mínimos incluem um processador de 1 GHz, 768 MB de RAM e 8 GB de espaço em disco. Sua documentação abrangente e a comunidade ativa facilitam a transição para novos usuários, oferecendo guias e tutoriais detalhados que simplificam o processo de instalação e configuração.

O Linux Lite também se destaca pela sua estabilidade e desempenho, sendo uma excelente opção para revitalizar computadores antigos sem sacrificar a funcionalidade.

3. Puppy Linux

Conhecido por sua extrema leveza e rapidez, o Puppy Linux conta com versões que podem ser executadas diretamente de um pendrive ou CD bootáveis, sendo ideal para computadores com recursos muito limitados.

Ele exige apenas 300 MB de espaço em disco para instalação e pode funcionar com apenas 256 MB de RAM. Apesar de seu tamanho reduzido, Puppy Linux oferece uma gama completa de aplicativos úteis para tarefas cotidianas, e sua instalação pode ser personalizada para atender a necessidades específicas dos usuários. A versatilidade de Puppy Linux permite que ele seja usado em uma variedade de dispositivos, incluindo computadores muito antigos e até mesmo em ambientes onde o armazenamento é um recurso crítico.

Além disso, sua comunidade ativa e a disponibilidade de inúmeras versões e variações fazem de Puppy Linux uma escolha flexível e adaptável para diversos cenários de uso.

4. Peppermint OS

O Peppermint OS combina elementos do Ubuntu e do Linux Mint com uma abordagem única voltada para a nuvem. Utilizando o ambiente de desktop LXDE, Peppermint é projetado para ser rápido e leve, adequado para hardwares mais antigos. Com suporte para aplicativos web integrados, ele oferece uma experiência híbrida entre aplicativos locais e baseados na web. Os requisitos mínimos são um processador Intel x86, 1 GB de RAM (recomendado 2 GB) e 4 GB de espaço em disco.

Peppermint OS se destaca por sua integração com serviços de nuvem e pela facilidade de uso, proporcionando uma experiência de usuário fluida e moderna mesmo em hardware modesto. A capacidade de rodar aplicativos web diretamente no desktop é uma característica que amplia as funcionalidades disponíveis sem sobrecarregar o sistema.

5. MX Linux

Baseada no popular Debian, o MX Linux é uma distribuição conhecida por sua estabilidade e desempenho. Assim como o Linux Lite, o MX Linux também usa o levíssimo ambiente de desktop XFCE e é otimizado para oferecer uma experiência rápida e responsiva em computadores mais antigos, incluindo várias ferramentas próprias, tornando-o uma escolha robusta para usuários que procuram um equilíbrio entre desempenho e funcionalidades.

Seus requisitos mínimos são um processador i486, 512 MB de RAM e 5 GB de espaço em disco.

A integração de ferramentas exclusivas que facilitam a administração do sistema e a personalização, como o MX Tools, oferece utilitários de fácil uso para configurações e manutenção do sistema, simplificando tarefas que poderiam ser complicadas em outras distribuições.

6. AntiX

AntiX é uma distribuição baseada em Debian que se destaca por sua capacidade de rodar em hardware muito antigo e limitado. Com uma versão mínima que requer apenas 256 MB de RAM e um processador Pentium III, AntiX é uma das opções mais leves disponíveis atualmente.

Ele utiliza o gerenciador de janelas IceWM ou Fluxbox, garantindo que os recursos do sistema sejam utilizados de maneira eficiente. AntiX é uma excelente escolha para reviver computadores extremamente antigos sem comprometer a usabilidade.

A sua filosofia de ser um sistema livre de Systemd também atrai usuários que preferem uma abordagem mais tradicional do Linux, proporcionando um ambiente de trabalho estável e confiável.

7. Bodhi Linux

O Bodhi Linux oferece uma abordagem diferente com seu ambiente de desktop Moksha, uma versão modificada do Enlightenment. Focada em ser leve e rápida, Bodhi Linux requer um mínimo de 512 MB de RAM, um processador de 1.0 GHz e 4 GB de espaço em disco.

Com uma interface moderna e minimalista, Bodhi Linux permite que os usuários personalizem seu ambiente de trabalho conforme suas preferências, mantendo um desempenho excelente em hardware antigo. A leveza do Moksha, combinada com sua capacidade de personalização, faz de Bodhi Linux uma opção atrativa para aqueles que desejam um sistema visualmente agradável sem sacrificar a performance.