Ilustração mostra vários robôs iguais lado a lado usando notebooks
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As botnets, ou redes de computadores zumbis, representam uma ameaça significativa para a internet e serviços digitais. Com o aumento da conectividade, a vulnerabilidade dos dispositivos se tornou uma preocupação constante. As botnets são formadas por um grande número de dispositivos infectados, controlados remotamente por hackers criminosos, conhecidos como botmasters.

Essas redes de dispositivos comprometidos são utilizadas para diversas atividades maliciosas, incluindo ataques de negação de serviço (DDoS), envio de spam em massa, roubo de informações pessoais e financeiras, e a distribuição de malware. O principal objetivo dos botmasters é explorar a capacidade computacional dos dispositivos infectados para realizar atividades ilícitas sem o conhecimento dos proprietários.

A criação de uma botnet geralmente começa com a infecção inicial de um dispositivo. Isso pode ocorrer por meio de downloads de software malicioso, anexos de e-mails infectados ou falhas de segurança em sistemas operacionais e aplicativos — ou dispositivos que não recebem mais atualizações automáticas de software, como modems e smartphones antigos. Uma vez infectado, o dispositivo se torna parte da botnet e pode receber comandos do botmaster.

Os ataques DDoS são uma das principais utilizações das botnets. Esses ataques sobrecarregam os servidores de um alvo específico com um tráfego massivo, tornando-os inacessíveis para usuários legítimos. Empresas e organizações podem sofrer enormes prejuízos financeiros e de reputação devido a essas interrupções.

Outra função comum das botnets é o envio de spam em massa. Utilizando os dispositivos infectados, os criminosos podem disseminar milhões de e-mails fraudulentos, visando enganar os destinatários para obter informações sensíveis ou espalhar mais malware. Esse tipo de atividade não só prejudica os usuários individuais, mas também pode afetar a infraestrutura de comunicação global.

Os maiores ataques com botnets

Embora o ataque ao Google em 2017 tenha sido manchete por ser o maior registrado na época, vale lembrar que ataques de botnets de grande escala já assolavam a internet há anos. Vamos dar uma olhada em alguns dos exemplos mais notáveis:

2007: Um ataque de botnet direcionado à rede russa McColo atingiu um pico de 90 Gbps, derrubando serviços online em todo o mundo. Na época, era considerado o maior ataque já registrado.

2009: O botnet Storm infectou milhões de computadores e foi usado para enviar spam, distribuir malware e realizar ataques DDoS. Estima-se que o Storm causou bilhões de dólares em prejuízos.

2010: O botnet Troller foi usado para lançar um ataque DDoS contra a Wikileaks em retaliação à publicação dos Cabos Diplomáticos dos EUA. O ataque atingiu 10 Gbps, mas a Wikileaks conseguiu se manter online.

2013: O botnet GameOver infectou mais de 800.000 computadores e foi usado para roubar informações de cartões de crédito e outras informações confidenciais. Estima-se que o GameOver causou mais de US$ 100 milhões em prejuízos.

2016: O botnet Mirai explorou vulnerabilidades em dispositivos IoT para infectar milhões de dispositivos. Foi usado para lançar ataques DDoS contra sites como o Dyn, que causou interrupções generalizadas na internet.

Esses são apenas alguns exemplos dos muitos ataques de botnets de alto impacto. A escala e a sofisticação desses ataques aumentaram continuamente, tornando crucial para indivíduos e organizações ter medidas de segurança robustas em vigor.

Veja também: 42% do tráfego na web são bots

Como se proteger?

A proteção contra botnets exige medidas preventivas robustas. Manter os sistemas operacionais e softwares sempre atualizados, utilizar soluções antivírus confiáveis e evitar clicar em links suspeitos são práticas essenciais para reduzir o risco de infecção. Além disso, é crucial que as organizações implementem estratégias de segurança cibernética abrangentes para monitorar e responder rapidamente a possíveis ameaças.

Manter seus dispositivos conectados à internet atualizados com as versões mais recentes de software é crucial por diversos motivos:

  • Atualizações de software frequentemente contêm patches de segurança que corrigem vulnerabilidades que podem ser exploradas por hackers para roubar seus dados, instalar malware ou controlar seu dispositivo.

  • Softwares desatualizados podem conter falhas de segurança conhecidas que os tornam alvos fáceis para ataques.

  • Manter seus dispositivos atualizados ajuda a reduzir o risco de ser vítima de ataques cibernéticos.
  • As ameaças cibernéticas estão em constante evolução e novas vulnerabilidades são descobertas regularmente.

Com a expansão de serviços digitais, a conscientização sobre as botnets e suas implicações é fundamental para a segurança online. A prevenção e a resposta rápida a incidentes são essenciais para mitigar os danos causados por essas redes maliciosas. A cooperação entre indivíduos, empresas e autoridades é vital para enfrentar e combater essa ameaça crescente.