X perde 78,7% do valor desde compra de US$ 44 bilhões por Elon Musk
Fidelity revela nova desvalorização da rede social, que agora vale apenas US$ 9,4 bilhões
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A Fidelity, uma das principais investidoras do X (antigo Twitter), revelou em setembro de 2024 que a plataforma vale agora cerca de US$ 9,4 bilhões, contra os US$ 44 bilhões pagos por Elon Musk em outubro de 2022. A redução de 78,7% em menos de dois anos tornou-se um dos casos mais expressivos de desvalorização recente no setor de tecnologia.
A perda bilionária impactou diretamente fundos da Fidelity, como o Blue Chip Growth Fund, cuja participação caiu de US$ 19,6 milhões no início da operação para apenas US$ 4,2 milhões em agosto de 2024.
Queda de receita e usuários
Grande parte da crise no X decorre da fuga de anunciantes. Após mudanças de política de moderação e declarações públicas de Musk, várias marcas suspenderam contratos, resultando em um colapso na receita publicitária da empresa.
Segundo estimativas, a plataforma perdeu cerca de 84% da receita de anúncios nos EUA entre o segundo trimestre de 2022 e o mesmo período em 2023, passando de US$ 661 milhões para pouco mais de US$ 114 milhões.
A perda de anunciantes não apenas comprometeu a receita, como levantou dúvidas sobre a sustentabilidade da plataforma. Musk chegou a afirmar que, se o X falisse, o motivo seria o boicote publicitário.
O número de usuários ativos também sofreu retração. Dados de recentes apontam que o X perdeu cerca de 23% de usuários ativos em relação ao período pré-compra, motivados por mudanças negativas na plataforma e as posições extremistas de Musk, comprometendo ainda mais sua atratividade para anunciantes e investidores.
Além disso, a plataforma enfrenta maior escrutínio regulatório em países como União Europeia, onde regras de moderação de conteúdo tornaram-se mais rígidas.
Consequências para Musk e investidores
A desvalorização de quase US$ 35 bilhões não afeta apenas Musk, mas também grandes investidores e bancos que participaram da aquisição.
Bradford Ferguson, presidente da Halter Ferguson Financial, destacou que Musk pode ser obrigado a vender até US$ 2 bilhões em ações da Tesla para manter o funcionamento da plataforma, o que poderia impactar negativamente os papéis da montadora em até 10%.
Apesar do quadro adverso, alguns investidores tentam minimizar perdas com participação indireta em outros negócios de Musk. No entanto, analistas avaliam que, sem recuperação consistente na receita publicitária ou diversificação de fontes de renda, a plataforma seguirá em risco de deterioração ainda maior no valor de mercado.