Logo da rede social X sendo aumentada por uma lupa preta
Unsplash/markuswinkler

Desde que Elon Musk comprou a rede social X (antigo Twitter) em outubro de 2022 e a plataforma deixou de ser uma empresa de capital aberto, informações sobre suas operações financeiras tornaram-se inacessíveis e muito se especulou sobre o desempenho financeiro da companhia sob sua nova gestão. Agora, documentos confidenciais obtidos pela Bloomberg fornecem dados concretos sobre a situação.

Os documentos, submetidos pela própria X a órgãos reguladores estaduais para obtenção de licenças para serviços financeiros, revelam uma queda acentuada na receita da empresa. No primeiro semestre de 2023, o primeiro período completo sob o comando de Musk, o faturamento da X despencou quase 40% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 1,48 bilhão. Além disso, a empresa registrou um prejuízo de US$ 456 milhões apenas no primeiro trimestre de 2023.

A principal responsável por essa queda é a fuga de anunciantes. Antes da aquisição por Musk, a publicidade representava cerca de 90% da receita da plataforma. No entanto, sob a nova gestão, as polêmicas envolvendo o proprietário e as mudanças na plataforma levaram ao êxodo dos anunciantes, resultando em uma drástica diminuição do faturamento publicitário.

Enquanto isso, a X busca novas fontes de receita. Uma das apostas é o lançamento do X Payments, um sistema de pagamentos integrado à rede social similar ao PayPal – do qual Musk é um dos fundadores e de onde foi enxotado, em 2000. O objetivo é permitir que usuários realizem transferências entre si, comprem produtos e serviços e guardem dinheiro diretamente em suas contas X.

Para compensar a perda de receita publicitária, Musk já havia implementado o serviço de assinatura X Premium e outro, o Assinaturas, voltado para criadores de conteúdo. Contudo, nenhuma dessas iniciativas conseguiu suprir a lacuna deixada pela saída dos anunciantes.

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De acordo com os documentos vazados, o foco principal do X Payments é “aumentar a participação e o engajamento” na plataforma. Por isso, a maioria dos serviços oferecidos não terá taxas.

A ideia de um sistema de pagamentos não é nova para Musk. Anteriormente, ele chegou a mencionar a possibilidade de os usuários abrirem contas poupança na X com “rendimentos extremamente altos”.

Vale ressaltar que a subsidiária X Payments, responsável pelo novo serviço, já existia antes da aquisição da plataforma por Musk. Fundada em fevereiro de 2022, sob o comando anterior, a empresa possui seu próprio conselho diretor e equipe de gestão. Atualmente, a X mantém relações comerciais com processadores de pagamento como Stripe e Adyen, além do banco Citibank. No entanto, os documentos não revelam se essas parcerias serão mantidas para o X Payments.

Sem criptomoedas

Mesmo com Musk sendo um entusiasta de criptomoedas, uma notícia ruim para os defensores das moedas digitais: segundo o relatório, o X Payments não tem planos atuais para incorporar criptomoedas, como Bitcoin e Dogecoin, em seu negócio.