Homem usando Macbook com uma página de administração do WordPress aberta
Página de administração do WordPress (Imagem: Pexels/Pixabay)

A área de desenvolvimento de sites é muito dinâmica e sempre esteve em constante mudanças, com novas tecnologias surgindo e “aposentando” outras. Partindo disso, a questão da obsolescência de plataformas já consolidadas é um ponto sempre relevante para debates. O WordPress, gigante no universo dos Sistemas de Gerenciamento de Conteúdo (CMS), com mais de 43% de participação no mercado de websites, não escapa dessa discussão. Afinal, o WordPress está ficando ultrapassado? Ainda é uma boa escolha em 2024?

Para responder a essa pergunta de forma abrangente, é necessário analisar os pontos fortes e fracos da plataforma, além de considerar o cenário atual do mercado de CMS.

Pontos fortes do WordPress

O WordPress conquistou sua popularidade por diversos motivos que o tornam uma plataforma atrativa para a criação de sites de diferentes naturezas:

1. Base de usuários ampla e ativa

Com milhões de usuários espalhados pelo mundo, o WordPress conta com uma comunidade vibrante e engajada, oferecendo amplo suporte e uma infinidade de recursos prontamente disponíveis. Essa comunidade contribui ativamente para o desenvolvimento da plataforma, criando plugins, temas e tutoriais que facilitam a vida dos usuários.

2. Facilidade de uso

A interface amigável e intuitiva do WordPress o torna acessível a iniciantes, dispensando a necessidade de conhecimentos técnicos profundos para a criação e gerenciamento de sites. Essa característica torna a plataforma democrática, permitindo que qualquer pessoa possa ter sua presença online sem depender de especialistas.

3. Flexibilidade ilimitada para personalização

O extenso ecossistema de plugins e temas do WordPress permite a personalização completa de sites, adaptando-os às mais diversas necessidades e propósitos. Seja um blog pessoal, uma loja virtual robusta ou um portfólio profissional, o WordPress oferece as ferramentas necessárias para criar um site único e customizado para o que o usuário precisa.

4. Segurança

Atualizações regulares de segurança protegem o WordPress contra vulnerabilidades, garantindo a integridade dos sites construídos na plataforma. A equipe de desenvolvimento do WordPress trabalha constantemente para identificar e corrigir falhas de segurança, garantindo a proteção dos dados dos usuários. Sendo um software de código aberto, ele tem a vantagem de toda a comunidade estar envolvida na identificação e correção de falhas que possam prejudicar a segurança dos sites.

Pontos fracos do WordPress

Apesar dos pontos fortes, o WordPress também apresenta algumas desvantagens que merecem ser ponderadas:

1. Dependência de plugins

A vasta gama de funcionalidades do WordPress pode ser o suficiente para pequenos sites, como blogs pessoais, mas a maioria das instalações do WordPress, mais complexas, depende fortemente de plugins, o que pode acarretar problemas de compatibilidade e desempenho se não gerenciados adequadamente.

A instalação excessiva de plugins pode sobrecarregar o site, afetando sua velocidade e estabilidade. É fundamental escolher plugins confiáveis e compatíveis entre si, além de realizar manutenções regulares para garantir o bom funcionamento do site.

Uma alternativa seria criar seus próprios plugins, visando as necessidades de cada projeto, mas esse pode ser um caminho muito custoso, principalmente para quem não nem noções de desenvolvimento ou não conhece nenhuma linguagem de programação.

2. Possíveis vulnerabilidades

Como qualquer software, o WordPress não é perfeito e não está imune a ataques. A manutenção regular e a adoção de medidas de segurança robustas, como senhas fortes, backups frequentes e monitoramento constante, são essenciais para minimizar riscos.

A própria plataforma do WordPress é capaz de realizar atualizações automáticas e se manter sempre na vanguarda do que é mais seguro, mas quando você coloca na equação as dezenas de plugins que provavelmente estão ativos em cada site, a coisa muda de figura.

Esse plugins também precisam ser atualizados constantemente para garantir que eles mesmos não estejam introduzindo uma brecha na sua instalação do WordPress. E o usuário precisa ficar sempre atento a quais plugins estão usando, com qual frequência ele estão sendo atualizados ou mesmo se ainda estão com desenvolvimento ativo. Isso é uma tarefa a mais e que pode custar um tempo precioso para o usuário da plataforma.

3. Curva de aprendizado

Embora a interface inicial seja simples, dominar todos os recursos e funcionalidades pode exigir tempo e dedicação. O WordPress não é mais aquela plataforma simples de blogs criada por Matt Mullenweg em 2003.

A cada nova versão, novas funcionalidade são adicionadas e mais complexos os sites WordPress podem se tornar – e mais fácil é cometer um erro estrutural na criação do seu site que pode cobrar um preço algo no futuro, quando você já tiver centenas de páginas publicadas. Para tirar o máximo proveito da plataforma, sem cometer erros, é recomendável investir em cursos, tutoriais e materiais de apoio que ajudem a explorar todo o seu potencial.

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Tendências e o futuro do WordPress

Em 2024, o cenário do mercado de CMS se mostra dinâmico e competitivo. Novas plataformas surgem com frequência, oferecendo recursos inovadores e interfaces amigáveis. No entanto, o WordPress se mantém como um player dominante, com uma comunidade robusta e um compromisso com o desenvolvimento e a segurança, continuando a ser uma escolha poderosa para a criação de sites de diferentes naturezas, desde blogs pessoais até complexas lojas virtuais. Sua popularidade, flexibilidade e comunidade altamente ativa são apenas alguns dos fatores que o mantém uma plataforma relevante e competitiva.

Mas o que esperar do futuro? Algumas das principais tendências que moldam o futuro do WordPress incluem:

Inteligência artificial e machine learning

A integração de IA e machine learning na plataforma promete automatizar tarefas repetitivas, oferecer sugestões personalizadas para os usuários e otimizar o desempenho dos sites.

Ferramentas intuitivas para a criação e edição de conteúdo, como editores visuais e assistentes de escrita, devem se tornar cada vez mais comuns no WordPress, facilitando a vida dos usuários.

Por enquanto, o WordPress ainda não oferece nada relacionado de forma nativa e, novamente, o usuário precisa depender de plugins.

Comércio eletrônico robusto

O WordPress deve continuar a se fortalecer como plataforma para lojas virtuais, oferecendo integrações com ferramentas de pagamento, sistemas de gestão de estoque e outras soluções de e-commerce.

A plataforma já conta com diversos plugins e temas específicos para lojas virtuais, como WooCommerce e Easy Digital Downloads, que facilitam a criação e gerenciamento de lojas online.

Acessibilidade universal

O WordPress sempre se comprometeu a ser uma plataforma acessível a todos, independentemente de suas habilidades ou necessidades. A plataforma oferece recursos de acessibilidade integrados, como leitores de tela e suporte a teclados especiais, além de plugins e temas que podem ser usados para tornar os sites ainda mais acessíveis.

No entanto, o WP ainda tem sido alvo de críticas por não tomar uma posição ativa para tornar a plataforma mais acessível. Tradicionalmente, o trabalho do aprimoramento de acessibilidade tem sido mais reativo. Se um usuário com necessidades especiais reclama, eles corrigem. Isso é uma falha grande, principalmente para uma empresa avalidada em mais de US$ 1 bilhão.

Desenvolvimento mobile

O WordPress é perfeito para a criação de sites otimizados para dispositivos móveis. A plataforma tanto oferece, quanto incentiva a criação de temas responsivos que se adaptam automaticamente à telas de qualquer tamanho, além de ferramentas para a criação de aplicativos móveis, mas ainda falha em oferecer soluções nativas para esse último.

Web Apps são uma realidade desde a popularização dos smartphones, há mais de 15 anos, e eles têm ficado cada vez mais complexos e oferecem mais funcionalidades à medida que novas tecnologias no desenvolvimento web foram surgindo. O WordPress precisa trazer isso para si, se não quiser perder mercado para outras soluções que certamente irão surgir.

Devo usar o WordPress?

É importante reconhecer as vantagens e desvantagens inerentes ao WordPress e considerar as necessidades específicas do seu projeto antes de tomar essa decisão. Outras plataformas CMS podem oferecer soluções mais adequadas a determinados contextos.

Avaliar as características e funcionalidades disponíveis em cada plataforma, bem como o suporte oferecido e a curva de aprendizado envolvida, é fundamental para escolher a ferramenta ideal para o seu projeto online.

Alternativas ao WordPress

Vamos explorar algumas alternativas populares ao WordPress, destacando seus pontos fortes e fracos para ajudá-lo a tomar uma decisão:

1. Jekyll: Simplicidade e velocidade para blogs e sites estáticos

O Jekyll se destaca por sua simplicidade e velocidade, tornando-o ideal para a criação de blogs e sites estáticos. Sua interface amigável e a ausência de um banco de dados facilitam o gerenciamento do conteúdo, dispensando a necessidade de conhecimentos técnicos aprofundados. Você só precisa criar um arquivo de texto Markdown, salvar numa pasta em uma instalação local do Jekyll na sua máquina e sincronizar com o servidor. Pronto! Uma nova postagem foi publicada.

Veja também: Como instalar o Jekyll no Arch Linux

Pontos fortes do Jekyll:

  • Leveza e rapidez: O Jekyll gera páginas HTML a partir de arquivos de texto, resultando em sites extremamente leves e rápidos.
  • Facilidade de uso: A interface minimalista e a ausência de um banco de dados facilitam o aprendizado e o gerenciamento do site.
  • Ideal para blogs: O Jekyll oferece recursos específicos para a criação e publicação de conteúdo textual, tornando-o uma ótima opção para blogs e sites de notícias.

Pontos fracos do Jekyll:

  • Falta de dinamismo: Sites estáticos não permitem interações em tempo real, como comentários ou formulários de contato, sem que seja preciso utilizar recursos de terceiros.
  • Menor flexibilidade: O Jekyll oferece menos opções de personalização e plugins em comparação ao WordPress, a menos que você tenha um grande conhecimento de programação e desenvolvimento web para criar suas próprias soluções.
  • Curva de aprendizado: Apesar da simplicidade, o Jekyll exige alguns conhecimentos básicos de HTML e CSS para a criação de layouts personalizados. Mesmo sendo bastante popular, fóruns com soluções para problemas e dicas são encontrados quase sempre em Inglês.

2. Ghost: Foco em publicações e experiência de leitura

O Ghost se concentra na criação de blogs e publicações online, oferecendo uma interface minimalista e recursos específicos para aprimorar a experiência de leitura. Sua plataforma robusta e escalável permite a criação de sites com alto volume de tráfego.

Pontos fortes do Ghost:

  • Interface minimalista: O Ghost oferece uma interface intuitiva e elegante, ideal para quem busca uma experiência de leitura agradável.
  • Recursos para publicações: O Ghost inclui ferramentas para formatação de texto, agendamento de posts e gerenciamento de membros, facilitando a criação e publicação de conteúdo.
  • Escalabilidade: A plataforma paga do Ghost, que oferece hospedagem nativa, permite lidar com grandes volumes de tráfego sem comprometer o desempenho.

Pontos fracos do Ghost:

  • Menos flexibilidade: O Ghost oferece menos opções de personalização e plugins em comparação ao WordPress.
  • Foco em texto: O Ghost é mais adequado para sites com foco em texto e imagens, como sites de notícias, não sendo ideal para lojas virtuais ou outros tipos de sites.
  • Curva de aprendizado: A criação de layouts personalizados exige conhecimentos básicos de HTML e CSS. Instalar o Ghost no seus próprio servidor e gerenciá-lo por conta própria pode custar um tempo elevado.

3. Drupal: Robustez e flexibilidade para sites complexos

Lançado em 2001, o Drupal é um velho conhecido de quem trabalha com desenvolvimento web. Ele se destaca por sua robustez e flexibilidade, tornando-o ideal para sites complexos que exigem alta escalabilidade e personalização. Sua plataforma modular permite a criação de diversos tipos de sites, desde blogs até lojas virtuais e portais corporativos.

Pontos fortes do Drupal:

  • Alta escalabilidade: O Drupal é capaz de lidar com grandes volumes de tráfego e conteúdos sem comprometer o desempenho.
  • Flexibilidade ilimitada: A plataforma modular do Drupal permite a criação de diversos tipos de sites e funcionalidades personalizadas.
  • Segurança robusta: O Drupal oferece recursos avançados de segurança, tornando-o ideal para sites que armazenam dados confidenciais e sensíveis.

Pontos fracos do Drupal:

  • Curva de aprendizado: O Drupal exige conhecimentos técnicos mais aprofundados para ser utilizado de forma eficiente.
  • Gerenciamento complexo: A plataforma modular do Drupal pode tornar o gerenciamento do site mais complexo para usuários iniciantes.
  • Menos plugins: O Drupal possui uma menor variedade de plugins em comparação ao WordPress. Muitas organizações que utilizam a plataforma em seus sites prefere criar soluções desenvolvidas pelos seus próprios times em vez de plugins de terceiros.

4. Hugo: Sites estáticos com foco em desempenho

O Hugo se destaca por sua alta velocidade e desempenho, tornando-o ideal para a criação de sites estáticos que precisam carregar rapidamente. Sua interface minimalista e a geração de sites a partir de arquivos Markdown facilitam o gerenciamento do conteúdo.

Pontos fortes do Hugo:

  • Extremamente rápido: O Hugo gera sites estáticos em HTML puro, resultando em páginas que carregam quase que instantaneamente.
  • Fácil de usar: A interface minimalista e a geração de sites a partir de arquivos Markdown facilitam o aprendizado da publicação e o seu gerenciamento.
  • Ideal para sites estáticos: O Hugo é perfeito para blogs, portfólios, hotsites de eventos e outros sites que não exigem atualizações frequentes.

Pontos fracos do Hugo:

  • Menos flexibilidade: O Hugo oferece menos opções de personalização e plugins em comparação ao WordPress.
  • Foco em conteúdo estático: O Hugo não é ideal para sites que exigem interações em tempo real ou atualizações frequentes.
  • Curva de aprendizado: A criação e customização de layouts personalizados exige conhecimentos básicos de HTML e CSS.