Redes Sociais Descentralizadas: O que são e por que são importantes
À medida que as preocupações com privacidade online e segurança de dados aumentam, o Fediverso tem potencial para se tornar uma opção cada vez mais atraente.
O surgimento das redes sociais transformou a maneira como nos comunicamos, mas também trouxe à tona preocupações sobre moderação de conteúdo, privacidade, neutralidade política e disseminação de informações falsas. Essas questões têm impulsionado a crescente adoção de redes sociais descentralizadas, também conhecidas como redes federadas.
As redes sociais descentralizadas funcionam em servidores independentes, permitindo aos usuários mais controle e autonomia sobre sua experiência de rede social. Exemplos incluem o Mastodon, de código aberto e similar ao Twitter, e o Steem, baseado em blockchain social.
Ao contrário das redes sociais centralizadas, as redes descentralizadas oferecem maior transparência, já que são open source e os dados são armazenados em servidores espalhados por todo o mundo. Isso também significa que os administradores das instâncias — como são comumente chamados os servidores federados — podem estabelecer seus próprios termos de uso e limites comportamento aceitável, em vez de serem monitorados por uma megacorporação.
As redes sociais descentralizadas são importantes porque abordam as preocupações crescentes em torno da privacidade, moderação de conteúdo e transparência. Além disso, elas fornecem aos usuários mais controle sobre sua experiência de rede social. À medida que a adoção das redes sociais descentralizadas aumenta, é importante entender como elas funcionam e como podem beneficiar os usuários.
O que é Fediverso
As redes sociais descentralizadas, que compõem o Fediverso, são uma alternativa crescente às plataformas de mídia social centralizadas, como Facebook e Twitter. O Fediverso é uma coleção de servidores interconectados usados para redes sociais, blogs e outras atividades na web.
Ao contrário das plataformas centralizadas, as redes sociais descentralizadas são hospedadas independentemente em servidores autônomos, proporcionando maior controle e autonomia aos usuários. Além disso, as redes federadas permitem que os usuários interajam entre plataformas, criando uma comunidade mais ampla e diversa.
Por exemplo, enquanto o Twitter só permite que os usuários enviem e recebam mensagens para outras pessoas com contas no Twitter, as redes federadas possibilitam que os usuários se conectem e interajam com outras redes integradas ao Fediverso. O funcionamento é basicamente como o de um serviço de e-mail. Usuários de diferentes provedores, como Google e Yahoo, podem se comunicar livremente com usuários de outros serviços de e-mail, mesmo cada provedor tento recursos e limites diferentes.
À medida que as preocupações crescem em torno da privacidade, moderação de conteúdo e transparência nas plataformas centralizadas, as redes sociais descentralizadas oferecem uma alternativa viável para aqueles que procuram mais controle sobre sua experiência de mídia social e interação com outras redes. O Fediverso é uma comunidade crescente que vale a pena explorar.
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Os prós e os contras
As redes sociais promovem a conectividade, a criação de comunidades e o compartilhamento de conhecimento. Elas são uma ferramenta poderosa para impulsionar mudanças sociais e políticas, levantar a conscientização sobre questões importantes, arrecadar fundos para quem precisa e promover negócios. Entretanto, as redes sociais também possuem um lado negativo, incluindo o cyberbullying, a desinformação política e até atividades criminosas, como golpes. Como as redes sociais descentralizadas são em grande parte não moderadas, tanto os resultados positivos quanto negativos se tornam mais extremos.
Controle do Usuário, Liberdade de Expressão e Resistência à Censura
Megacorporações controlam os principais sites de mídia social, e um pequeno grupo de pessoas dentro dessas empresas estabelece as regras de engajamento. Isso levantou preocupações sobre a liberdade de expressão e a censura entre os usuários. Em 2019, o Facebook baniu indivíduos de todos os lados do espectro político, desde Louis Farrakhan, um líder religioso e supremacista negro, até Alex Jones, um podcaster e conspiracionista de extrema-direita. Banir mensagens violentas, odiosas e perigosas ajuda a proteger os usuários de atividades maliciosas online, mas alguns acreditam que os banimentos vão contra ideais de liberdade de expressão. O debate sobre quem está certo tem sido longo não muito frutífero.
Uma rede social descentralizada permite aos usuários mais controle. Ao contrário das plataformas de redes sociais centralizadas, as redes federadas incentivam a independência sem uma autoridade central. Os benefícios incluem resistência à censura, propriedade sobre os dados pessoais e maior controle sobre o conteúdo gerado pelo usuário. Em outras palavras, os usuários não aceitam a censura e insistem em ter a palavra final sobre seu conteúdo. Isso significa que ninguém, seja uma corporação ou administrador do site, pode fazer modificações no conteúdo criado pelos usuários. Ninguém também pode remover o conteúdo gerado pelos usuários.
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Em uma rede federada, nenhum grupo pode ditar as regras dos outros grupos. Por exemplo, qualquer pessoa no Mastodon pode criar sua própria instância sem uma autoridade central – como o WordPress permite que cada pessoa crie seu blog em um servidor privado –, o que significa que eles (e outros usuários) podem postar qualquer coisa que desejarem sem se preocupar em ter sua postagem removida. Uma desvantagem dessa estrutura é que grupos de ódio também têm a mesma liberdade de criar suas próprias instâncias de mídia social. Embora seja possível bloquear esses grupos individualmente, não é possível impedi-los de se envolver na rede.
Dados Pessoais, Privacidade e Segurança
A preocupação dos usuários em relação ao controle de seus dados pessoais levou à criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) na Europa. Essa legislação considera os usuários como “controladores de dados”, enquanto as empresas de mídia social são chamadas de “processadoras de dados”. De acordo com a definição do LGPD, os usuários são proprietários de suas próprias informações. Por lei, as empresas devem ceder mais controle dos dados pessoais aos usuários – pelo menos aqueles sediados na Europa. As empresas são penalizadas por não seguirem as regulamentações do LGPD.
As redes sociais descentralizadas fornecem outra resposta à privacidade e segurança de dados. Nas redes sociais federadas, os usuários podem criar contas sem precisar vinculá-las a identidades do mundo real, como endereços de e-mail ou números de telefone. Além disso, essas redes muitas vezes dependem de uma criptografia de chave pública para manter a conta segura, em vez de depender de uma única organização para proteger os dados do usuário.
Embora isso possa trazer vantagens em termos de segurança de dados, também apresenta desafios. Por exemplo, redes sociais federadas podem ser descontinuadas devido à falta de fundos, o que pode levar os usuários a perderem seus dados e conexões. Nesse caso, os usuários não têm uma maneira simples de se reconectar com outros na rede, já que as redes federadas não mantêm registros de dados pessoais nos servidores. Em termos de privacidade, essas plataformas nem sempre criptografam dados, o que significa que as mensagens privadas podem ser visíveis para os administradores.
Neutralidade Econômica
A neutralidade econômica é um conceito fundamental para muitos usuários que buscam as redes sociais descentralizadas, pois eles desejam se libertar da publicidade invasiva e dos riscos à privacidade. As redes federadas procuram novas formas de monetização para se manterem financeiramente viáveis, e uma delas é por meio de criptomoedas, como o Bitcoin. O Steem, por exemplo, remunera seus usuários por criarem e avaliarem conteúdos interessantes, incentivando assim a produção de conteúdo de qualidade. O financiamento do Steem vem de investidores que acreditam no potencial de crescimento e lucratividade da plataforma no futuro.